domingo, 30 de abril de 2017

Etapa 308 - 2º. excerto da recordação h) o ninho de pisco

      Como eu próprio disse na reportagem do final de etapa de ontem, os versos que fiz e que referi, tendo como tema o ninho do pisco, um feliz e inesperado achado que me marcou, os quais entreguei ao colega do conjunto, (Carlos Silveira) versos esses que ele trabalhou, deu-lhe ritmo, deu-lhe sentido e agradável sonoridade, usaram-no e, passados uns anos, era também cantado e dançado pelo Grupo Etnográfico e Folclórico da Adac, com êxito.

     Aproveitando o início desta etapa e o facto de, no tempo, usar-mos dizer  pedrinhas e sapolhinhos, e não ovinhos nem passarinhos, é que, diziam os antigos, se dissesse-mos ovinhos ou passarinhos, os ninhos seriam invadidos por formigas e que elas tudo destruíam. Face a isto, que não sei, mas que muita gente poderia e poderá considerar mito, eu dou o seguinte testemunho:

      Certo ano, depois dos campos lavrados e semeados a milho, eu, quando cedo, ao romper do dia, meu avô levava-me ao monte d`além com os animais, e, quando não era tão cedo, já eu próprio acompanhava e conduzia os animais para aquele monte. O caminho era pela Ponte da Balsa e nesse caminho, a cerca de uns 10 metros da estrada, que cruzava para a outra margem, achei um ninho debaixo de um tojeiro, vi que tinha passarinhos, e como eu ali passava diariamente, ia vigiando, ao terceiro dia, em casa, à noite, quando estava-mos à lareira, contei à minha avó esse achado e ela, após eu lhe ter contado, disse-me: "Olha Zé; quando se sabe onde estão ninhos de passarinhos, nunca, ao pé do lume, se deve dizer, seja a quem for onde é,  e o que é que o ninho tem, porque, se ao pé do lume dissermos a alguém, as formigas vão lá e matam os passarinhos". Eu recordo que fiquei assustado e no dia seguinte, na minha passagem pelo local, fui ver, e o que vi no ninho, era um formigueiro e todos os passarinhos estavam mortos. Aqui está um caso que eu vi para crer e acreditei e, à medida que eu me ia consciencializando, ia reconhecendo que minha avó, embora mulher analfabeta, era sábia, ela negociava em ovos, financiava as suas fornecedoras, e sem apontamento algum, mentalmente controlava as contas, as quais acertavam movimentando mais ovos.

      Então porque e que estamos à espera? é pelo Pisco? aqui vai ele saltitando, olhem-no!
    
                                                                   O PISCO
                                                    No quintal da minha vizinha,
                                                    Um ninho de pisco encontrei;
                                                    Toquei-lhe só nas bordinhas,
                                                    Um sapolhinho encontrei!
                                                    Ai eu fiquei tão contente,
                                                    Com este feliz achado;
                                                    Ai, por aquele passarinho,
                                                    Eu fiquei apaixonado.
                                                                      Coro
                                                         Ai a pisca pia,
                                                         O pisco vigia;
                                                         Ai que sensação,
                                                         Quando lhe mexia!
                                                         Já tinha penugem,
                                                         Estava quentinho;
                                                         Lindo passarinho,
                                                         Tão rechonchudinho.

                                                    Lá no fundo do quintal,
                                                    No recanto da barroca;
                                                    Para dar ao passarinho,
                                                    Andava o pisco à minhoca!
                                                    Nesse quintal da vizinha,
                                                    Um minhoqueiro havia;
                                                    E de lá vinha`ó sustento
                                                    Que o passarinho comia
                                       
                                                    Deixei passar alguns dias
                                                    Descuidei-me um bocadinho;
                                                    Procurei-o com cuidado,
                                                    Mas não vi o passarinho!
                                                    Espreitei pelas bordinhas,
                                                    Lá no ribeiro à tardinha
                                                    Chorei e fui consolado
                                                    C`o consolo da vizinha.
   
      É pois com muito consolo que termino a etapa de hoje, para amanhã, ainda não tenho pista

      O santo de hoje é:São Pio V, Papa e Confessor
      ( + Roma, 1572) "Nascido no norte da Itália, ingressou aos 14 anos na Ordem Dominicana e fez uma brilhante carreira eclesiástica, como bispo, cardeal, inquisidor-mor e por fim Papa. Teve um pontificado breve, mas extremamente fecundo. Aplicou as decisões do Concílio de Trento, estabeleceu o texto oficial da Santa Missa e do Ofício Divino, foi responsável pela publicação do Catecismo Romano e ordenou o ensino da Teologia tomista nas universidades. Sua principal obra foi a convocação de uma cruzada contra o perigo muçulmano. Conseguiu a duros esforços coordenar os interesses de potências católicas e leva-las à vitória de Lepanto em 157".

      Oração: - Especialmente dedicada a este santo não conheço, encontrei oração dedicada ao São Pio de Pietrelcina, (Padre Pio)  não é o mesmo.
                                                   
                                                    

 


sábado, 29 de abril de 2017

Etapa 307 - 1º.excerto da recordação h) o ninho do pisco

      Era eu uma criança, tinha 6 anos, decorria a primavera e era tempo de limpar os campos e de os preparar para a cultura do milho, enquanto isso, os animais pastavam e eu, incumbido da vigilância, para que eles não se aproximassem das videiras, naquele dia, guardava as vacas no campo denominado «ribeiro da várzea». Esse campo era uma parcela da quinta dos Amarais, (Fidalgos da Granja), de quem meu avô (Luís Soares Mendes) era caseiro. Ali, como o nome indica, corria um ribeiro no sentido norte-sul, as bordas do ribeiro sustentavam as terras, a do lado nascente sustentava o campo, a do lado poente, o quintal de vizinha Dª. Rosa, que, não sabendo eu se aquele quintal era pertença da mesma quinta, era ela, a Dª. Rosa quem tomava conta e fazia ali a sua horta.

      Então o que é que eu recordo? recordo que em determinado momento vi dois lindos passarinhos saltitando de pedra em pedra, nas bordas que delimitavam o ribeiro, esses passarinhos transportavam no bico algo que eu não identifiquei e pareciam muito assustados. Como eles rodeavam aquele local, resolvi afastar-me, mas, coloquei-me em sítio onde os pode-se continuar a ver, mas, houve um momento que os perdi, foi mesmo um breve instante, porque logo eles se mostraram já aliviados, calmos e sem nada no bico. Afastaram-se, e pouco tempo depois voltaram com nova remessa. Sem me expor, vigiei-os com mais atenção e quando eles voltaram pela terceira vez e saíram, fui com muito cuidado espreitar no sítio e vi um ninho, apalpei muito ao de-leve com meus pequeninos dedos e senti algo quente e muito fofinho, no ninho estava um sapolhinho, era só um. Achei muito estranho, porque aquele sapolho era já maior do que os pais.

      Curioso, admirado e muito contente com aquele meu achado, logo que me encontrei com a minha avó, (Blandina Pereira), contei-lhe e ela, como sempre, que não se poupava a dar explicações, ensinou-me e disse-me: os passarinhos que vistes são dois piscos, é um casal, esses passarinhos fizeram ali o ninho, devem ter posto no ninho, de 5 a 7 pedrinhas (ovinhos), mas uma ave rapina, que pode até ser uma cuca, foi lá, comeu os ovinhos e pôs no ninho dos piscos um ovo dela. Foi desse ovo que os piscos cuidaram como se fosse seu, chocaram-no e desse ovo eclodiu (nasceu) aquele passarinho, são os piscos que lhe vão dar de comer e que vão tratar dele até estar crescido. Esse passarinho, depois de crescido e grande, quando já for capaz de se alimentar sozinho, antes de abandonar o ninho, vai comer os pais que o criaram e torna-se também ele numa ave rapina, igual àquela que comeu os ovinhos dos piscos, e tu, um dia, ainda o poderás ver por ai a peneirar no céu.
 
      Foi, pois assim que, recordando este acontecimento e afagando as saudades daquele meu tempo de menino inocente, que um dia, no ano de 1964, já eu recuperava do trauma dos foguetes e trabalhava no escritório da casa comercial de; móveis, electrodomésticos, utilidades e todos os artigos para o lar (Duarte da Rocha & Fonseca), casa que integrava, com o nome da firma, um afamado conjunto musical, composto por empregados, meus colegas, eu escrevi uns versos, entreguei-os ao colega do conjunto, ele musicou-os, deu-lhe um ritmo de dança agradável, passou a fazer parte do seu reportório, usou e divulgou-o por aí. Na próxima etapa, eu mostro. Sabem que ainda hoje vou a Nespereira? é verdade! não vou sozinho, o Marcelino, meu genro, vai mais eu, vamos sulfatar. Livrai-nos Senhor de maus encontros. Até amanhã.

      O santo de hoje é: Santa Catarina de Sena, Virgem e Doutora da Igreja
      ( + Itália 1380) "Era leiga, pertencia à Ordem Terceira de São Domingos, recebeu graças místicas extraordinárias e formou numerosos discípulos. É considerada a maior glória da espiritualidade dominicana. Embora mística e contemplativa, exerceu influência enorme na vida política e social de seu tempo, tendo trabalhado para o retorno do Papado de Avinhão para Roma. Deixou numerosos escritos e faleceu com apenas 33 anos".

      Oração: - Minha Beata Santa Catarina de Sena, que sois bendita com o o sol, formosa como a lua  linda como as estrelas. Entraste na casa de padre Santuário com 50.000 homens, ouvistes todos e vós abrandastes, assim peço-vos senhora, que abrandeis o coração... (nome da pessoa amada)... para mim....(nome da pessoa) ... quando tu me vires esmerarás, por mim chorarás e suspirarás, assim como a Virgem Maria santíssima chorou por seu bendito filho. ...(nome da pessoa)... , se estiveres dormindo não dormirás, se estiveres conversando, não conversarás, não sossegarás enquanto comigo não vieres falar, contar o que souber  dar-me o que tiveres, e me amarás, entre todas as mulheres do mundo, e para ti parecerei uma rosa fresca e bela.

      Rezar 1 Pai Nosso, 1 Salvé Rainha e 1 Credo durante 7 dias.

     

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Etapa 306 - excerto da recordação g) A Capela de São Vicente - Granja - Nespereira

      Para cumprir esta etapa fui situar-me na Granja, mesmo junto à Capela de São Vicente e, ali situado, tenho como itinerário previsto fazer ligação entre a Capela de São Vicente, na Granja e a Capela de São Caetano da Mata, na Feira. Recordando tempos antigos, em especial o dia de São Lázaro e a Procissão das Ladainhas, que no seu dia, dia de São Lázaro, se realizava entre as duas Capelas.

      Nas etapas 302 à 305 recordei a fidalgaria da Granja, classificação que lhes terá sido atribuída em tempos já muito distantes, daí, a existência dessa Capela. A Associação Recreativa, «GRUPO FOLCLÓRICO DE NESPEREIRA», publicou um extenso texto, texto oportuno e esclarecedor, dotado, como não podia deixar de ser, de factos históricos, culturais e etnográficos, documentados com memórias do reverendo Justino Lopes, que por uma só vez, no ano de 1969, fez a referida Procissão. 

      O Reverendo Justino, no seu texto, já nos disse quem foi São Vicente e eu, pelo que investiguei, estou de acordo com o texto, não só com o que ele disse, como com o que, sem palavras, nos quereria dizer, e eu, se é que não repito o mesmo, acrescento:

      Vida de São Vicente; Nasceu em Huesca (Espanha) no final do século III, de família nobre, que o confiou à direcção do bispo de Saragoça. Aproveitando no estudo e na piedade, o bispo ordenou-o de Diácono e encarregou-o da pregação na sua diocese. O diácono Vicente não somente ensinava  e fortalecia os fiéis, mas também convertia à fé de Jesus Cristo grande número de pagãos. Por esse motivo foi preso e conduzido ao governador de Tarragona, que tentou, por modos brandos e com promessas de grande ventura, levá-lo a abandonar a religião cristã. Baldados esforços.

      Vicente respondeu-lhe que nem as promessas nem as ameaças de morte cruel o moveriam a faltar aos seus deveres de cristão, pois que não havia maior honra do que morrer por Jesus Cristo. Ordenou, então, o governador que atormentassem Vicente com toda a severidade. Estenderam-no sobre o cavalete, ligaram-no, desconjuntaram-lhe os ossos  rasgaram-lhe as carnes com unhas de ferro. E, como  Vicente se mostrasse alegre  no mio de tais tormentos, fizeram-no deitar em uma grelha de ferro com laminas em brasa, cujo calor conservavam com uma fogueira, procurando os algozes aumentar a dor do mártir lançaram-lhe sal nas feridas. Depois disto encerraram-no em uma escura enxovia onde só podia descansar sobre pedaços de ferro e de louça. Deus quis mostrar quanto lhe era agradável  constância de Vicente, e em um momento restituiu-lhe a saúde, operou uma completa cura. Vendo tão milagroso facto, o carcereiro e os guardas da prisão converteram-se à fé cristã. Então o governador ordenou que deitassem Vicente em leito tão brando quanto possível  que o halassem com todo o carinho. No momento em que Vicente foi deitado sobre esse leito entregou a vida a Deus e foi descansar no Céu, no dia 22 de Janeiro do ano 301 ou 305.

      O governador desesperado mandou lançar o corpo do mártir em um campo para ser devorado pelas feras ; mas Deus fê-lo guardar por um corvo, que o defendeu dos outros animais. Ainda o governador o mandou lançar ao mar, e Deus, ainda conduziu o corpo do mártir à praia onde os fiéis o foram buscar, dando-lhe sepultura junto à cidade de Valência, onde edificaram um grandioso Templo.

      Pelo que fui lendo e se bem entendi, o culto a São Vicente estendia-se pelo Condado Portucalense, dando para compreender que, por cá, há templos dedicados a São Vicente muito anteriores à nossa nacionalidade, será que a nossa Capela não está nessa conta? para mim é bem possível! Há por aí muitos tesouros encantados, mas faltam aventureiros que os queiram descobrir.

      Terminei esta etapa entre as duas Capelas, mas numa só pista, de lado para lado, porque ir por aqui e vir por ali, ainda não é possível. O Senhor Mário ainda não teve tempo nem condições e, se chegar a ter condições, já não tem tempo, é a vida...   

      O santo de hoje é: São Luís Maria Grignion de Montfort, Confessor
      ( + França, 1716)"Grande doutor marcial dos tempos modernos, combateu arduamente a influência jansenista nos meios católicos, pregou no noroeste da França, precisamente na região em que, 80 nos depois, os camponeses se levantaram de armas na mão contra a Revolução Francesa e fundou a Companhia de Maria e a Congregação das filhas da Sabedoria. Vivia abrasado no amor de Deus e de sua Santa Mãe, e aspirava ardentemente, como demonstram seus escritos, pelo advento de uma época em que Nossa Senhora fosse efectivamente obedecida como Rainha. Sua obra mais célebre é o «tratado de verdadeira devoção à Santíssima Virgem», em que ensina a Escravidão por amor à Santíssima Virgem como meio mais seguro de servir a seu Divino Filho"

      Oração: - Não conheço oração que lhe seja dedicada.


                       

     

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Etapa 305 - recordação f) - 4º. excerto - Fidalgaria da Granja

      Nova etapa, nova corrida e como o tempo passa! Ao terminar a etapa de ontem, repito o final daquele parágrafo, que dizia o seguinte: Como 80% dos portugueses eram analfabetos, só a elite republicana podia votar. ( e prosseguia o Padre Justino):

      "As tentativas para restaurar a Monarquia eram frequentes, chegando a criar-se a Junta Governativa do Reino (Monarquia do Norte ou reino da Traulitânia) presidida por Paiva Couceiro. Em Nespereira, é criada a "Junta Monárquica" da qual fazem parte, os fidalgos da Granja - família Amaral Semblano, o Abade Joaquim Mendes de Araújo, e outros que lutam pelo êxito da Monarquia. Acusam-nos, até, de pertencerem ao grupo que dinamitou a ponte de Mosteirô.

      O Ricardo Soares, proprietário do Café Clube, fez-me chegar às mãos a convocação da "Junta Monárquica de Nespereira" incerta no jornal "A Tribuna" de 28 de Maio de 1920 que transcrevo:

POVO DE NESPEREIRA
      É preciso que manifesteis estrondosamente a vossa alegria por ter raiado, depois de 8 negros nos de terror demagógico, o dia feliz da vossa libertação. 
      O país inteiro, d norte a sul, saúda hoje a nossa linda bandeira AZUL E BRANCA.

      A Republica é hoje um cadáver putrefacto!
      A Maçonaria está esmagada!
      Acabou o Registo Civil!
      Foram reconhecidos os direitos de Deus!
      Os bens da Igreja são-lhe restituídos!
      A Religião Católica é a Religião do Estado!

POVO
       Uma grande manifestação de santo regozijo se realiza no próximo Domingo, logo após a Missa do dia, em Santa Marinha, acompanhada de Música e fogo.

      Atravessará o Passal, do qual tomaremos posse, em direcção por Pereira à Estrada nova, seguindo ao longo d`ela até Carvalhais e terminando na Feira

      Não chegam, talvez, a meia dúzia de dementados que, na freguesia, estão pesarosos pelo feliz advento  da MONARCHIA, que tão grande nos tornou no passado!

      Não emparceireis com elles.

      Vinde todos agradecer a Deus e conjuntamente mostrar a vossa alegria

      A JUNTA MONARCHICA DE NESPEREIRA
       A Monarquia do Norte durou pouco tempo e o pobre Abade Araújo teve de andar a monte. Vinha a Santa Marinha, celebrar a Santa Missa enquanto os populares velavam pela sua segurança.
      O Abade Joaquim Mendes de Araújo (tio-avô do maestro Pereira Pinto) faleceu no Porto, em 1933,  está sepultado no Cemitério do Prado do Repouso."
      Este artigo que, sem o procurar, me pareceu, é para mim uma relíquia, é a prova documental da valentia do povo de Nespereira, mas, comparando Nespereira de então com a Nespereira de agora,  será que Nespereira está ser vítima da resistência, força e determinação que demonstrou? aquele povo que sofreu castigos e que foi oprimido, será que o berço dos seus descendentes não merece ser restaurado? É um apelo e é uma necessidade  aliviar as correias do jugo e reclamem por melhores e mais rápidos acessos às grandes vias. Com melhores acessibilidades as distâncias não assustam.
      Acabo de cortar meta do final da etapa, o prémio, gostava de o repartir com os meus amigos, digam-me se gostaram.
      O santo de hoje é: Santa Zita, Virgem
      ( + Luca, 1278) "Foi durante 40 anos criada de uma família nobre na cidade italiana de Luca. Distribuía aos pobres o pouco que lhe sobrava do salário recebido. Sua santidade foi reconhecida ainda em vida,  confirmada por grande número de milagres. É padroeira das empregadas domésticas e patrona de Luca".
      Oração: -  Não conheço.
      


quarta-feira, 26 de abril de 2017

Etapa 304- recordação f) - 3º excerto - fidalgaria da Granja

      Como prometi, cá estou de regresso para nova corrida, transportando para mais além o memorial  que vim recolhendo e, não sendo coisa minha, com o devido respeito, coloco à disposição de quem se interessar, o seguinte excerto de um importante texto:

      Na voz do povo - A voz de todos «o padre Justino Lopes», escreveu e publicou o seguinte:
      «NESPEREIRA E A REPÚBLICA»
      "Algum tempo depois de estar em Nespereira, o Ti Zé Gordo da Portela convidou-me a acompanhá-lo à Quinta de Mosteirô, em Sande, Marco de Canavezes, para visitar o senhor João de Deus Amaral Semblano, dono da Quinta da Granja de Nespereira. Depois de almoçados, mostrou-me, entre lágrimas, uma relíquia embrulhada num pano de linho: era uma bandeira miguelista, salpicada de nódoas de sangue, já envelhecido e disse-me: era do meu visavô, Luís do Amaral Semblano, Capitão-mor de Nespereira, assassinado a tiro de arcabuz, a 5 de Maio de 1847, quando se dirigia para Tarouquela. Ele tinha muitos inimigos não só por ser miguelista ferrenho e, agora, ligado `Junta do Porto, nascida do movimento da Patuleia, mas também por ser acusado de ter mandado prender muitos liberais, entre eles dois padres de Vila Chã, os padres António Caetano e José Pinheiro quando tentavam juntar-se às tropas de D. Pedro, desembarcadas no Mindelo. Conduzidos a Viseu, foram condenados à morte por fuzilamento. (cfr. Gonçalves da Costa in "Lutas Liberais e Miguelistas em Lamego"). Os Amarais Semblanos e com eles, gente da sua influência, sempre foram avessos às ideias vindas da Revolução Francesa. Por isso as combateram ferozmente.

      Depois da Revolução Setembrista de 1836, começaram a fermentar as ideias republicanas. O escritor e jornalista, José Félix Henriques Nogueira, com a colaboração do poeta, Lopes de Mendonça, (autor da letra `A Portuguesa´, o General Sousa Brandão e outros, fundaram o Partido Republicano - `A República´,- foi fundado em 1846 durante a Revolta da Maria da Fonte e do movimento da esquerda liberal denominado `Patuleia´. O filósofo  poeta, Antero de Quental e o poeta João de Deus concorreram às eleições de 1870 pelo Partido Republicano Democrático. Seis anos depois, foi criado o `Directório Republicano Democrático´ que conseguiu eleger deputado Rodrigues de Freitas. Em 1908 mataram o rei e o príncipe herdeiro e, em 5 de Outubro de 1910, vinga a Revolução Republicana que:
      Procura destruir a Igreja para destruir  monarquia. Proíbe o uso das vestes talares, acaba com os Dias Santos, promulga leis anti-familiares, usurpa os bens da Igreja, exila os bispos, corta as relações diplomáticas com o Vaticano e promete acaba com  religião católica no espaço duma geração. E, para terem a aprovação popular, restringem o voto só ao cidadão masculino que soubesse ler e escrever. Como 80 % dos portugueses eram analfabetos, só a elite republicana podia votar.

      Com isto, o padre Justino Lopes  já nos forneceu bastantes  razões para meditação, vamo-nos entretendo hoje com isto, porque amanhã há mais.

      O santo de hoje é: Nossa Senhora do Bom Conselho. "Esta invocação, incluída na Ladainha Lauretana, é muito antiga. Na Idade Média, num santuário situado em Scutari, na Albânia, venerava-se um afresco milagroso de Nossa Senhora do Bom Conselho. Em 1467, quando os turcos maometanos estavam dominando a Albânia da parede e o transportaram pelos ares até a cidade de Genazzano, próxima a Roma. Ali permanece hà mais de 500 anos, sendo objecto de grande devoção e ocasião de inúmeros milagres".

      Oração: - Gloriosissima Virgem Maria, escolhida pelo eterno Conselho pra Mãe do Verbo Humano, tesoureira das divinas graças e advogada dos pecadores, eu, o mais digno dos vossos servos, a vós recorro para que me sejais guia e conselheira neste vale de lágrimas.
      Alcançai-me, pelo preciosíssimo sangue de vosso Filho, o perdão dos meus pecados, a salvação de minha alma e os meios necessários para obtê-la. Alcançai também para a Santa Igreja o triunfo sobre os seus inimigos e a propagação do reino de Jesus Cristo em todo o mundo. Assim seja.


      

terça-feira, 25 de abril de 2017

Etapa 303 - recordação f)) 2º excerto - fidalgaria da Granja

      Como disse, cá estou hoje para iniciar nova etapa numa pista onde já dei alguns tropeções, esmurrei joelhos, o nariz e até´as unhas dos dedos do pés, nesse tempo tinha 2,

      Assim, colocado na linha, parti legalmente levando em mente o professor e maestro Joaquim Araújo Pereira Pinto, (sobrinho do seu tio-avô, o Abade Joaquim Mendes Araújo), que na sua estadia cá, em Ílhavo, contratado por Belmiro de Azevedo, geriu a insolvência da Smída. Foi regente do Coro Polifónico da Vera Cruz, em Aveiro, organizou, preparou e dirigiu o Grupo Litúrgico da Igreja de Ílhavo que abrilhantou solenemente  missa de ordenação do Padre Martins, onde teve, no órgão o reverendo Padre Joaquim Vaz Redondo, e no Clarinete, a Ana Paula, minha filha.

      Também na sua passagem por cá, presenteou o nosso lugar com os seus dotes, aproximava-se a festa em honra de Nossa Senhora do Livramento, bastaram-lhe 2 semanas para pôr o nosso grupo coral a cantar a 4 vozes. Nesse tempo havia no nosso lugar pessoas muito capazes. Lembro; os dois irmãos Mais, (Ângelo e Álvaro), o Alberto Tim Tim, os irmãos Lauras, (Manuel e José), os 3 irmãos Silveiras, (Eduardo, Carlos e Mário), o Fernando Sousa e muitas senhoras dotadas de boas vozes, disciplinadas e com muito boa vontade, que na missa da festa, encantaram tudo e todos. Eu, entre todos, era aquele que o maestro bem conhecia, com quem ele tinha confiança e que estava à sua disposição para ser usado. Desta maneira, eu fui o seu alvo, fui o seu bombo, fui e porquê? é que,"quem fala com Tomé, com todos é", se ralhava, era comigo, se tinha que corrigir, era a mim, mas quando tinha motivos para dar louvores e palavras de satisfação, ai sim... os seus gestos e os seus olhares eram muito bem distribuídos. Grande Senhor! Grandes Homens Nespereira produziu, ou da sua gérmen derivam, andam por aí, pelo mundo a criar riqueza, a prestigiar Portugal e a contribui para o bem comum de toda a gente.

      Numa busca de pesquisas que fiz em determinado dia, por sorte, encontrei-me com o reverendo Justino Lopes, sem sua licença, vi e li o seu texto na "VOZ DO POVO", e declaro que é um tema que muito me sensibiliza, fala de João de Deus Amaral Semblano, senhor que era irmão do meu padrinho, (José Maria Amaral Semblano), era um senhor, senhor e dono da Quinta da Granja, onde meus avós foram caseiros e onde com eles eu vivi desde os meus 9 meses aos meus 11 anos. A casa da Quinta, que foi habitada por nós, contígua a uma dependência reservada ao patrão, (senhor João de Deus Amaral Semblano e sua mulher, que tinham residência habitual em Além-Douro, mas que, usavam e se serviam desta dependência sempre que vinha a Nespereira.

      Havia nesse meu tempo de catraio, e ainda há, na Granja a Capela de São Vicente, quanto a mim, aquela Capela foi em tempos idos, pertença da Igreja e que, quando o Clero foi perseguido e lhe foram confiscados os bens, junto a outros confiscados à nossa Igreja e a todas, a dita Capela também o terá sido, e quando da restituição de alguns desses bens, os representantes da Igreja não se terão lembrado de a reclamar, ficando assim por ali, como que abandonada. Era a Ti Lucina, a governanta do meu padrinho que tinha a chave, que a zelava e em certos dias lhe abria a porta, cheguei a pnsar que fosse pertença sua. Agora, eu gostava que  Igreja assumi-se e reclama-se a posse daquela Capela, que quanto a mim, considero que é património histórico e cultural. Se a Igreja não quer, então que seja a Junta da freguesia a intervir, para a conservar, e para resguardar aquele bem do vandalismo. Está em espaço de domínio público, aquele largo foi e poderá voltar a ser o salão de visitas da Fidalgaria, ali já não há fidalgos, mas a freguesia é fértil. Até amanhã.

      O santo de hoje é: São Marcos Evangelista, Bispo e Mártir
      ( + Egito, 86) "Foi discípulo de São Pedro, acompanhou durante algum tempo o Apóstolo São Paulo, depois redigiu o segundo Evangelho e pregou no Egito, onde alcançou a palma do martírio.

      Oração: -  Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, que deu a seu discípulo Marcos a graça do apostolado cristão e a narração do seu Santo Evangelho. São Marcos rogue por nós, para que sejamos iluminados pela força do Evangelho. Deus Eterno e Todo Poderoso, nós vos pedimos as bênçãos e graças necessárias, para a nossa Salvação, pela intercessão poderosíssima do Evangelho São Marcos.
      Por isto vos pedimos Pai Celeste em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Que assim seja.

     

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Etapa 302 - Recordação f) - Fidalgaria da Granja - Nespereira

      Recordo a nossa Nespereira nos anos XL do século XX, não digo anos XXX, porque em 1937, foi o no em que nasci,. Em especial,  recordo o lugar da Granja, porque foi na Granja que eu tomei conhecimento da minha existência. Recordo a quinta dos Amarais, porque foi lá na casa do caseiro dessa quinta que eu recebi afagos, que recebi umas lambadas, alguns esticões de orelhas, onde tive alegrias e tristezas e onde me ensinaram que, para se ganhar o comer é preciso trabalhar. Linda terra é a nossa Nespereira. Em Nespereira tudo é belo, tudo é nobre, tudo é digno, e por tudo ali ter beleza, e porque todos os nespereirenses são dotados de muita dignidade, quando há alguém que se destaca, constantemente está a ser combatidos.

      Por inspiração ou por outra circunstância que não sei identificar, encontrei e li um texto do reverendo padre Justino Lopes, intitulado "a voz do povo", onde o reverendo dá testemunho de acontecimentos passados, acontecimentos de grande significado histórico, os quais se situam no âmbito desta recordação f), na pista que me situo, no percurso hoje iniciado, cuja meta e objectivo, eu atingirei em próximas etapas.

     Assim, nesta etapa recordo o reverendo Justino Lopes, de Vila Nova de Paiva, no tempo em que ele, com muita esperança, com muita fé e muita dedicação, pastoreava Nespereira. O Padre Justino que foi meu amigo, mas que, pela ausência de contactos, é normal que me tenha esquecido, ele, quando pároco de Nespereira, na sua missão de catequizar, de difundir a fé e de estabelecer laços de amizade com aqueles que, sendo de Nespereira, viviam noutras terras, fazia contactos, organizava excursões, convívios e visitas, com permuta de retribuição. Numa dessas suas iniciativas, eu fui por ele contactado para receber cá, em Aveiro, uma excursão de Nespereirenses, (2 autocarros). Aceitei o desafio e tudo correu bem. A correspondência que trocamos sobre todo o processo estava guardada em arquivo no escritório da empresa onde eu trabalhava, mas porque lá constavam outros documentos vários, alguém a mudou de sítio e desapareceu-me, mas, para mim, o mais importante é a doce recordação que ainda não se apagou. Isto aconteceu nos finais dos anos 70. Cá, tivemos almoço partilhado na Quinta da Senhora das Dores, em Verdemilho e, porque a nossa Igreja andava em obras de ampliação, tivemos missa à tarde na Igreja de São Bernardo, animada pelo grupo coral litúrgico de Nespereira, guiado e orientado pelo digníssimo maestro e professor, Joaquim Araújo Pereira Pinto, recentemente retornado de Moçambique, pessoa que, algum tempo depois, quando veio morar para Ílhavo, me procurou. Era-mos conhecidos e passamos a ser muito amigos.

      Nesse convívio esteve também presente o meu conterrâneo, amigo e companheiro, Antero Alves do Amaral Semblano, pessoa natural de Nespereira, do lugar de Lourosa, que no tempo, residia em Mataduços - Esgueira - Aveiro. Foi ele quem me auxiliou no desempenho das tarefas organizativas e. tanto ele com sua esposa, Dª. Beatriz, estiveram sempre comigo em todos os actos. Certo dia, num dia em que eu desembarquei do comboio na estação de Aveiro, este Antero, lá na estação, manobrava uma carreta a transportar malas de passageiros, ter-me-à conhecido e, brincando, oferecesse para me transportar uma pequenina pasta de mão, claro que a brincadeira ficou-lhe cara, foi logo pagar-me um lanche, e que bem me soube. Agora, ou seja, quando tive a sorte de encontrar e ler o texto do Padre Justino, "a Voz do Povo", associei os apelidos do Antero aos Fidalgos da Granja, foi nestas personagens que eu me inspirei e é na pista deles que a etapa de hoje se realiza, bem como mais uma ou mais duas que se vão seguir. É a recordar tempos passados que se reavivam as saudades e foi para reviver que eu, no dia 25 de Janeiro do ano de 2015 procurei o Antero. Tanto tempo se passou sem nos vermos, ele emigrou para os Estados Unidos, levou com ele a esposa e os filhos, regressou com a esposa, mas, o pior, muito pior, é que, regressou sem filhos. Descobri a sua casa, a sua nova casa, agora em São Bernardo, mas só lá encontrei a esposa, a Dª. Beatriz, o Antero; estava internado num Lar, vitima de alzheimer.

      Como disse, é na pista da fidalgaria da Granja que amanhã, eu irei comparecer para nova etapa, nova corrida.

      O santo de hoje é: São Fidélis de Sigmaringa, Mártir
      ( + Suíça, 1622) "Nasceu na Alemanha e foi advogado brilhante antes de ingressar na Ordem dos Capuchinhos, onde se destacou pelo zelo apostólico e pela caridade. Sendo designado para pregar na Suíça, devastada pela heresia protestante, serviu-se da pregação e do confessionário para combatê-la eficazmente. Quando converteu dois calvinistas célebres, atraiu de modo especial os ódios de fanáticos sectários que o ameaçaram de morte, sem entretanto conseguirem demovê-lo de prosseguir seu trabalho. Algum tempo depois deram-lhe um tiro de mosquete enquanto pregava, mas não foi atingido e continuou pregando, recusando-se a interromper a missão. Nesse mesmo dia, porém, caiu nas mãos de um grupo de calvanistas e o mataram a punhaladas. Tinha então 45 anos".

      Oração: - Bendito seja Deus que concdeu  São Fidélis ser bem firme na fé, esperança e caridade! Dai-me, ó Deus, por sua intercessão ser também eu apóstolo de sua Igreja. Amém.

domingo, 23 de abril de 2017

Etapa 301- 3º excerto da recordação e) - com José Ferreira Balseiro

      Aqui colocado hoje, precisamente no términos da etapa de ontem, vou dar continuidade ao percurso que, a exemplo da via-sacra vai tendo algumas estações onde se pára para reflexão. Assim prossigo para no parágrafo seguinte, dizer:

      Que tristeza me invadiu, que escuridão me assombrou, no dia 3 de Novembro do ano de 2013, o José Ferreira Balseiro não estava na missa! situação estranha, ele raramente faltava.Terminada a missa, já fora da Igreja, alguém comentou que, quando a missa estava a começar, passou uma ambulância e que levava o Zé Laura, e que, quando ele se havia levantado para ir à missa, se tinha sentido mal. No hospital fizeram-lhe exames, recuperou e deram-lhe alta. O filho Orlando levou-o para a sua casa e, em casa do filho, quando estavam a almoçar, a indisposição repetiu, levaram-no de volta para o hospital, era um ABC e entrou em coma. Depois de recuperar do coma, foi transferido para cuidados paliativos, não mais recuperou, não voltou à sua casa nem ao ceio da sua família, acabando por falecer em Ílhavo, no dia 17 de Maio de 1914, o seu funeral realizou-se no dia 19, uma segunda-feira, da Igreja matriz de Aradas para o cemitério local.

      O seu funeral foi muito participado, estiveram representadas as Bandas, em especial aquelas que ele dirigiu, (Música Velha de Ílhavo - actual Filarmónica Gafanhense, e  nossa, a Banda da Escola de Música da Quinta do Picado), A Escola de Música da Quinta do Picado, poderia ter tido o cuidado de se fazer apresentar com todas as suas valências, mas, se para uns era dia de trabalho, também era para outros dia de aulas nas escolas, mas não olhes a isso zé, já passou e tu estás bem. Olha Zé, a nossa Banda já tem 42 anos, vai de vento em pompa, tem um bom presidente da Direcção, bem apoiado por todos os outros órgãos directivos, onde se inclui o teu filho Manuel. É uma grande personalidade, a tua semente fervilha e cresce. Adivinha-se um futuro promissor, onde estás, não a esqueças.

                                                             Áh grande Zé...!
                                                    As árvores morrem de pé,
                                                    Ressequidas e velhinhas;
                                                    Mas há árvores novas, até,
                                                    Que vivem enfezadinhas.
                                                    Morrem sim, há quem se importe,
                                                    Mas é esse o nosso destino;
                                                    Morre-se de velho, mas forte,
                                                    Na crença ao Deus Menino.
                                                    
                                                    Eu fui ao Céu a sonhar,
                                                    Vi do alto o purgatório;
                                                    E mais abaixo, no inferno,
                                                    Um sofrimento medonho.

                                                    Descrevi ao Padre Júlio,
                                                    Este sonho ou visão;
                                                    Ele disse bem convencido,
                                                    O que vistes é muito sério.
                                                    Foi o inferno de uns,
                                                    O purgatório de outros;
                                                    Se o Céu é para todos,
                                                    Os que lá entram são poucos.
                                                    Quem foi forte e poderoso,
                                                    Quem nunca foi oprimido;
                                                    Vai ter a porta fechada,
                                                    Se não chegar lá vencido.

      O santo de hoje é: São Jorge, Mártir
      ( + Lida, Palestina, 303) "Pouco se conhece a respeito de sua vida, sabendo-se apenas que era militar e sofreu o martírio durante a perseguição de Diocleciano. Seu culto se espalhou rapidamente pelo Oriente, e por ocasião das Cruzadas teve grande penetração no Ocidente. Muitas lendas correm  seu respeito, entre as quais  mais popular é a do dragão, que teria sido morto por ele. São Jorge é padroeiro da Inglaterra e da Etiópia. O grito de combate dos portugueses durante a batalha de Aljubarrota (1385) era: "Por Portugal e São Jorge". O Brasil herdou de Portugal a tradição de incorporar, nas procissões de Corpus Christi, uma imagem de São Jorge montado a cavalo e armado como militar.".

      Oração: - Ó São Jorge, meu Santo Guerreiro, invensível na fé em Deus, que trazeis em vosso rosto a esperança e confiança, abre meus caminhos. Eu andarei vestido e armado com vossas armas para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não peguem, tendo olhos não me enxerguem e nem pensamentos possam ter para me fazerem mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrar. Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estendei vosso escudo e vossas poderosas armas, defendendo-me com vossa força e grandeza. Ajudai-me a superar todo o desânimo e a alcançar a graça que vos peço (pedido).___________________________________
Dai-me coragem e esperança, fortalecei minha fé e auxiliai-me nesta necessidade.

      Tenho outras gratas recordações do Zé Laura guardadas no meu cora, vou leva-las comigo que podem servir-me como senha para nos encontrarmos lá, no além. Para amanhã, a recordação é outra.


sábado, 22 de abril de 2017

Etapa 300 - 2º excerto da recordação e), com José Ferreira Balseiro (Zé Laura)

      Colocado no ponto final da etapa de ontem, onde eu, como atleta e repórter me referi ao Zé e disse que ele foi e ser-nos-à lá, ou onde quer que esteja, sempre prestável,  vejamos:

      O Senhor chamou-o e ele foi, mas estava e ainda está integrado, na ainda actual Comissão da Capela, participou na recolha de fundos que se fez no porta-a-porta. Foi ele que, no seu cantão, praticamente só, num cantão que é particularmente difícil, onde os dinâmicos administradores do vizinho lugar de Quintans  se infiltram, com o fim de cativar simpatias, adeptos  e participações para as suas actividades. Mas ele, o Zé , não podia, em tudo, ser diferente das outras pessoas, para tudo há limites, e, quando tentamos esquecer comportamentos de outrem que nos causam desagrado, não reconhecendo o valor nem a motivação que nos leva ao desempenho das várias incumbências, , aparece sempre algum motivo ou alguém que nos vem lembrar as injustiças.

      Assim, no dia 15 de Março do no de 2005, na reunião que decorria na capela, eu referi com realce alguns dos serviços por ele prestados, ele, o senhor Zé Laura, aproveitou a oportunidade e disse: (são palavras suas): "anteontem, dia 13,  um casal meu amigo foi visitar-me, e em minha casa, num diálogo amistoso e de cortesia, esse casal meu amigo, enumerou e fez-me lembrar alguns dos muitos trabalhos que eu prestei à comunidade, trabalhos esses, que nunca ninguém os viu reconhecidos publicamente, mas isso não me aborrece, nem isso é razão para me desmotivar, no entanto, eu gostaria e toda a gente gosta de um gesto de reconhecimento e de simpatia".

      Posto isto, em meu nome, e poderei mesmo dizer: em nome da Comissão, peço ao senhor José Ferreira Balseiro que aceite nosso pedido de desculpas, que nos escute e que, onde está, rogue a Deus por nós e por tudo o que possa ser bom e melhor para a nossa (sua) terra. O exemplo que este senhor deixou, já herdado pelos seus filhos vai ser transmitido aos seus netos. Para nós, para os nossos e para todos que, por esta via venham a conhecer o Zé Laura, estudem as lições que ele nos deixou marcadas, para que, quando com ele nos encontrarmos, ele nos considere aptos e nos aceite na grande Orquestra Celeste.

      Reconhecendo eu que, desde 1978 venho tendo parte activa nos conselhos da Igreja local, sinto, em certo ponto, algumas culpas. Então, por minha culpa, por minha tão grande culpa, dedico-te grande Zé a seguinte confissão:
                                 
                                                    Ficará sempre esta culpa,
                                                    Junto a mim agarradinha;
                                                    Vou pensar a vida inteira,
                                                    Olhai que cabeça a minha.

                                                    Este mundo é mesmo assim,
                                                    É cheio de ratoeiras;
                                                    Não há ninguém que na vida,
                                                    Nunca tenha feito asneiras.

                                                    Sabes dar conforto aos tristes,,
                                                    Para todos tu tens calma;
                                                    Tudo a Deus oferecestes,
                                                    Para bem da tua alma

                                                    Foste alegre e sorridente,
                                                    Deste sempre uma gracinha:
                                                    Sinto-me triste... tão triste,
                                                    Mas ninguém o adivinha.

                                                         Amanhã, se Deus quiser, revelo a minha tristeza. até amanhã.

      O santo de hoje é: São Sotero, Papa e Mártir
      ( + 175) "Napolitano de origem, foi eleito Papa em 161, substituindo o Santo Aniceto. Depois de um pontificado fecundo em que manifestou zelo e compaixão pelos pobres, teve a glória de derramar seu sangue por Nosso Senhor Jesus Cristo, durante a perseguição de Marco Aurélio".

      Oração:- Senhor, por intercessão de São Sotero, Vos peço as graças que me são necessárias para que possa alcançar as virtudes cristãs em busca da santidade. Amém.





sexta-feira, 21 de abril de 2017

Etapa 299 - 1º. excerto da recordação e) - José Ferreira Balseiro (Zé Laura)

        Recordando o sermão de um missionário que ouvi, quando eu ainda andava na doutrina, leva-me a reconhecer que, para com determinadas pessoas, este nosso lugar, (lugar da Quinta do Picado), nunca se terá redimido da falta que involuntariamente cometeu, mas eu, embora muito tardiamente, mas enquanto e ainda como membro activo da Comissão da Capela, assumo os erros e, se me ensinaram que nunca é tarde para pedir desculpa, também me ensinaram que os pecados só são perdoados se o pecador se arrepender e prometer que não vai voltar a pecar, cumprindo. O que disse então aquele missionário no ser sermão? disse: "dois dos meus colegas ao andarem de terra em terra, como eu, iam confessando as pessoas que se lhes apresentavam  e, quando um deles estava a confessar determinada pessoa, o outro à distância, não ouvia, mas via que por cada pecado que o penitente confessava lhe saía uma serpente pela boca. Viu também que o pecador, ao confessar determinado pecado, pecado que o colega, (confessor), terá classificado de muito grave e repreendeu, esse penitente, (pecador), sentiu vergonha, deu o dito por não dito e, nesse instante, o missionário que estava distante, viu todas as serpentes que tinham da boca do pecador, voltaram a entrar. Assim, o pecador foi-se embora com o peso de todos os pecados que tinha e ainda com mais aquele, que por não ter tido a coragem de manter a verdade, de assumir as suas culpas, de se arrepender, acabou de cometer, pedindo desonestamente ao missionário  sua absolvição".

      Aqui chegado, perante os os meus supostos seguidores, (leitores), à memória da pessoa a que me quero referir e homenagear, declaro que sou parte de um pecado colectivo. Confesso aqui as minhas culpas e peço perdão, a  ele (saudoso) e aos seus filhos, (Manuel e Orlando) bem como ao reverendo Paulo Cardoso da Cruz, pároco de Aradas e nosso orientador espiritual, o perdão dos diversos pecados, que a seu tempo, irei confessando.

      Recordo que, no dia 15 de Março do ano de 2005, na capela, numa reunião, eu, num gesto de lembrar  uns e de dar a conhecer a outros os valiosos e especiais serviços com que o nosso conterrâneo, artista especializado, excelente profissional, brilhante músico e digníssimo maestro, senhor José Ferreira Balseiro, tem brindado o nosso lugar com todos esses seus especiais dotes, sem nunca ter cobrado qualquer valor remuneratório, nem um muito obrigado público. O senhor José Ferreira Balseiro foi pessoa dotada de dons muito especiais,  sua disponibilidade era constante, só sabia dizer sim; eu vou, eu faço, eu estou aqui e estava. Ele, que desde a sua juventude foi autor de músicas e de letras com que se abrilhantavam cortejos de Oferendas, de Pastoras, de Reis e muitos outros actos, tais como:  festivas e eventos diversos, tal como aconteceu quando para a construção do hospital de Aveiro, quando era da Santa Casa da Misericórdia. Cá, esteve e gora lá, está e há-de estar sempre bem-disposto e disponível. Era um rapaz do ano XXV, do século XX e recordo que o vi, no dia 27 de Outubro, último domingo daquele mês, a caminhar para a missa, o que fazia habitualmente, sempre com seu andar altivo e gracioso.

      No exercício da sua profissão, na sua arte de bom pintor, em especial nos dias grandes de verão, aproveitando as tardes, depois de ter cumprido as suas obrigações e de ter ganho o seu salário, era quando ele dava assistência à nossa (sua capela, fazia de trolha, de pintor, de envernizador, em suma, era, foi e ser-nos-à, lá, ou onde quer que esteja, sempre prestável.  Até manhã.

      O santo de hoje é:Anselmo de Cantuária, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja
      ( + Inglaterra, 1109) Nascido no norte da Itália, foi monge e depois abade na França, e por fim arcebispo de Cantuária, na Inglaterra. Grande intelectual, contribuiu para os estudos filosóficos de seu tempo e é considerado o verdadeiro criador da Escolástica. Esforçou-se para assegurar a liberdade da Igreja na Inglaterra contra as intromissões do poder real, sendo perseguido por sua firmeza".

      Oração: - Por intercessão de Santo Anselmo vos peço, Senhor, despertai em mim um forte interesse pela Doutrina Católica. Dai-me perseverança na busca da verdade ensinada nas Sagradas Escrituras. Amém.

     

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Etapa 298 - Até o Céu se acalma quando ri...

      A etapa de hoje vai ser um pouco mais curta, tive um dia bastante ocupado mas quase infrutífero, visitado por alguns amigos para lhes tratar do IRS pela internet, o sistema teimou em não colaborar e o tempo foi-se passando. Ponderando sobre isto, a meu ver, são os interesses económicos a sobreporem-se e de um dia para o outro alteram as versões. A semana passada era o Java, hoje, mandam que obtenha a última versão. (2017.12). É só complicações, a melhor maneira e que me parece ser segura, são os tradicionais impressos, a entregar presencialmente nas repartições, mas há casos em que, a declaração, tem mesmo que ser enviada pela Net. 

      Manda a experiência e eu aconselho, "não guardem para amanhã o que podem fazer hoje", porque com tempo tudo se remedeia, mas é mesmo para aborrecer, depois de tudo preenchido e validado, ao dar o ultimo paço, (submeter), não submete. Lá tive que ir eu com uma mala de papeis para o escritório da filha, e lá sim, submeti.
      Será que na Net também há racismo? só pode!, noutros tempos, o racismo era avaliado pela cor, pela origem e por outros factores. Eu, no meu tempo de jovem, também me senti vítima do racismo, os pais não consentiam que suas filhas se agradassem de rapazes de outras origens, nesta terra, quem não fosse natural de cá era rotulado de serrano, palavra que era pronunciada com desprezo. Meditando sobre o que tenho desvendado, este lugar, originário de uma grande Quinta, que se calhar, pelas circunstâncias da sua origem será ímpar em Portugal, os seus senhores, para a desbravar e a tornar terra arável e bem produtiva, terão acolhido pessoas vindas das mais diversas localidades do país, em especial do norte e, todo aqueles que chegava, enquanto não estivessem convenientemente integrado, era o serrano, mas um sarraano bem sublinhado e pronunciado com desdém. Era eu rapaz e certo dia,  umas raparigas com quem cruzei olhares e se mostraram agradáveis, comentaram entre elas, "que pena ele ser serrano".

      Agora, que todos gozamos do mesmo estatuto, todos os que por cá vivemos ou vegetamos, devemos formar uma comunidade unida e fraterna, devemos amar-nos e tolerar-mo-nos uns aos outros. Cristo deixou dito: "amai-vos uns os outros como eu vos amei", porque os choques da vida, o egoísmo e a vaidade, são factores a pôr de parte. É amando que somos amados, mas é amando com amor desinteressado; amor que espontaneamente nos brota do coração, amor casto e puro e, quando nos amamos verdadeiramente uns aos outros, amamos a Deus.

      Amar, Bem-querer, Bem-fazer, completam um acto de caridade. Quem tiver o coração repleto destes dons e dando o que é bom e útil a outrem que precise, é amontoar fortuna no eterno, e por mais pobres que sejamos, temos sempre qualquer coisa de bem a dar, como seja: o amor, um auxilio, um conselho, um ensinamento, ou até um alegre sorriso.

      Até o Céu se acalma quando ri e o grande Arcanjo da Omnipotência Divina, não é mais que um sorriso eterno. Amar, auxiliar, dar, perdoar e trabalhar honestamente, são as mais nobres ocupações desta vida.

      O santo de hoje é: Santa Inês de Montepulciano, Virgem
      ( + Itália, 1312) "Ingressou com apenas 9 anos num convento agostiniano e foi aos 14 nomeada ecónoma desse convento. Algum tempo depois, inspirada por Deus, obteve licença para deixar essa comunidade e fundar outra, da Ordem dominicana. Sua vida é repleta de episódios maravilhosos, sendo abundantes os milagres e as graças místicas, faleceu os 43 anos".

     Oração- Santa Inês, exemplo de humildade, caridade, vigilância, vida de intensa oração, abençoai-me e olhai para mim. Pois vos olho como uma mãe misericordiosa, que intercederá junto a Deus por mim e minha família, já que necessitamos de tantas virtudes e graças. Que esta fome de Deus em nós seja saciada, que a perseverança na oração nos conceda tudo o que nosso coração tanto deseja e precisa.
      Concedei-nos a vossa fé, vossa beleza interior, o vosso amor. Que assim seja.
  
      



quarta-feira, 19 de abril de 2017

Etapa 297 - excerto da recordação d) - Quem conheceu o senhor Manuel Mendes Leal?

      Na etapa de hoje vou trilhar a pista de São Bernardo, pista a onde duas das minhas quatro filhas  treinaram e aprenderam como manejar alguns dos instrumentos dos não utilizados na Banda Filarmónica, (Banda da Escola de Música da Quinta do Picado, a qual integraram desde os seus 10 nos) tais como a viola, o acordeão e o órgão. No presente, nenhuma delas faz uso dos seus instrumentos, as circunstâncias da vida não lhes o permite, mas foi com a música que elas ganharam o suficiente para pagarem as suas cartas de condução e colaboraram connosco, seus pais, a custear os seus estudos académicos. Estudavam e a par com seus estudos deram aulas de música na Tuna da Universidade de Coimbra, integraram aquele organismo académico, onde também exerceram cargos directivos, o que lhes deu muita experiência. A exemplo de muitos outros casos de sucesso que se conhecem, a actividade musical não prejudica o estudante, pelo contrário, auxilia e estimula o estudante, aquele que quer, que trabalha e que se aplica. O professor delas nos instrumentos a que me referi, foi o João Vieira Novo, (o João Camoira), ele vivia da música, tinha escola, era maestro da Orquestra Santa Cecília e chefiava um grupo de músicos que abrilhantavam festas religiosas, (missas e procissões), bem como outros eventos.

      Houve neste nosso lugar, (Quinta do Picado) um senhor (o senhor Manuel Mendes Leal) que eu conheci, mas que, quando eu o conheci, já alguém o acusava de protestante. Pelo que o senhor João Camoira me contou, aquele homem teve as suas razões, razões que ele, (senhor Leal) considerou justas e suficientes para mudar o rumo da sua vida, eis a questão: são do senhor João Camoira as seguintes palavras: "Certo ano, no tempo em que eu ainda era rapaz, o senhor Manuel Leal, pessoa que, no lugar da Quinta do Picado, a nível de Igreja, se encarregava de organizar todos os eventos, convidou-me e contratou-me para eu, com o meu grupo, ir lá ensaiar as pastoras e abrilhantar a Festa dos Reis Magos. Contrato firmado, lá fui eu com o meu grupo, foram 4 ensaios, 2 em cada semana. No final do 4º. ensaio, o senhor Manuel Leal deu-me instruções, e disse-me:

      Olha João, eu tenho uma surpresa preparada, vai estar um Presépio Vivo na minha terra do arraial, quando o cortejo estiver aproximar-se da Capela, chama os músicos e os cantores, eles que te sigam, entras o portão da terra, está lá o Presépio, lá, vocês tocam e cantam e o povo desfilando, beija o Menino. De minha parte, da parte dos músicos e dos cantores, as ordens do senhor Leal foram cumpridas, mas o senhor Vigário, o reverendo Daniel Correia Rama, também surpreendeu! colocado em ponto estratégico fez que todos, Reis e publico, entrassem directamente na Capela. Ali, na Capela não houve o beijar do Menino, apenas algumas orações, as ofertas foram lá recolhidas, eu e nós músicos, não vimos mais o senhor Leal, aguardamos por ali, as ofertas foram sendo leiloadas como se nada tivesse acontecido, o Presépio vivo, com a nossa ajuda foi sendo naturalmente desmontado, o tempo estava frio, os pais e menino, (figurantes; Maria, José e Menino) recolheram-se e eu, com os meus músicos, incrédulos e alheios, permanecemos por li ainda algum tempo, e não vendo mais o senhor Leal, sem qualquer outro contacto, fomos também para as nossas casas. Na semana seguinte, eu, só eu, fui a casa do senhor Leal, ele recebeu-me, pagou-me todo o valor do contrato, disponibilizou-se para nos compensar do tempo que por ali andamos meios perdidos e disse-me: "eu estou de luto, a religião que eu amava, que servi e lhe fui sempre fiel morreu ali, não resisto, a partir deste momento eu serei outra pessoa e lutarei por outros ideais"".

      Disse-me também o senhor João que a ele, o senhor Leal lhe tinha dito: "eu tenho uma terra de reserva para se construir uma Igreja Nova". Recordo também que cá, quando fui votar pela primeira vez, na secção de voto, numa mesa ao lado, como a fiscalizar, estava o senhor Manuel Mendes Leal. Era o único homem que ali estava a dar a cara pela oposição e nunca ouvi dizer que ele tivesse tido algum problema com a sua liberdade.

      Acabei de cortar a meta, venci mais uma etapa, que prémio me haveis de dar e que classificação?.
até amanhã espero uma resposta.

      O santo de hoje é: São Leão IX, Papa e Confessor
      ( + Roma 1054) "Nascido na Alsácia e eleito Papa em 1048, foi exemplo de piedade, de zelo e de autêntico espírito pastoral, não receando agir com firmeza quando necessário. Lutou contra os abusos e escândalos de muitos membros do clero, combatendo a simonia e a vida moral desregrada. Um de seus auxiliares de mais confiança nessa obra de reforma de costumes foi o monge Hildebrando, que depois se tornaria o grande Papa São Gregório VII. Excomungou o ambicioso e insubordinado Miguel Cerulário, patriarca cismático de Constantinopla, consumando-se assim o grande cisma do Oriente".

Oração: - Não conheço e não encontrei nenhuma que lhe seja particulrmente dedicada.




terça-feira, 18 de abril de 2017

Etapa 296 - A minha Páscoa de 2017 foi em Nespereira

      A etapa de hoje vai ser para compensar alguns dos exageros praticados por descuido ou gula e a nossa saúde, que vencidos, a prejudicamos com os excessos das amêndoas, e de outras iguarias a que, as tradições gastronómicas nos afeiçoaram.
     
      Nespereira vista de relance e de alguns locais de boa miragem é terra de grandes encantos, a sua paisagem é deslumbrante. Depois, vista por dentro e ao pormenor, à descoberta de segredos e de tesouros encantados, as opiniões tendem para sentido inverso, os segredos são desmotivadores, os tesouros estão de tal modo camuflados que não se avistam, parece um jardim, não digo mal tratado desprezado, mas digo desprezado e um Homem só, mesmo sendo ele bom presidente e mesmo estando ele rodeado de bons elementos, todos, constituem uma pequena equipa que, sendo também carente de recursos, demonstram com obra feita a sua grande valia.

      Assim, comparando esse jardim, que é Nespereira, a qualquer outro que, sendo mal tratado ou desprezado, que entre os seus canteiros não hajam corredores espaçosos, por onde circule o ar e as plantas respirem, até mesmo, se deixarem que as roseiras cresçam desordenadas, os seus espinhos arranham tudo e todos.

      Nespereira carece de uma referência válida e esclarecedora, sei que estou a falar de Nespereira, da minha Nespereira, (Cinfães), mas quem lê e não me conhece, não sabe a qual Nespereira me refiro, será de Guimarães, de Viseu, de Lousada, de Gouveia, ou de qual? senhores, pensem nisso, dêem à nossa Nespereira uma referência promocional, que eleve, que divulgue e identifique. 
 
      Como o título indica, passei a Páscoa deste ano em Nespereira, rodeado das filhas, do meu irmão, de mais família e amigos, fomos 20 pessoas, todos à mesma mesa, o vinho desanuviado foi o da nossa lavra, dos Paúlos e de produção familiar. Saciado com um excelente almoço, enquanto uns repousavam, eu ausentei-me e fui visitar o meu primo Zé, em Pereira. Procurei também o meu primo Manuel, no seu local de ocupação, nas bombas em São Brás, ele não estava, mas a sorte, que algumas vezes também me acompanha, compensou-me, pois conheci o seu filho Joel e sua nora Rosário, foi para mim um encontro feliz, despedi-me deles com a esperança de ter ali encontrado um casal que se entende bem, que cooperam e se respeitam, dois amigos de quem quero ser e ter, que me conquistaram e que eu estimo.

      Em toda esta felicidade que me envolveu houve um senão, esse foi que por motivos alheios, fiquei incomunicável pelo telemóvel, soube ontem, já cá em Aveiro que pessoas me tinham ligado e que eu não soube, entre elas, O amigo que eu não mereço, o Senhor Mário Durval, e dos Estados Unidos, a minha filha Ana Paula.

      Destes encontros e desencontros, nem tudo pode ser medido com a mesma intensidade, há sempre um misto de alegrias e de tristezas, ontem, logo pela manhã, com  ajuda de meu irmão, fizemos tratamento a algumas fruteiras, regamos algumas coisas que nos pareciam estar carentes, almocei mais cedo,  fim de eu, mais  minha esposa, podermos estar presentes no funeral da viuva de meu primo, (Manuel Soares Cardoso), que foi às 16 horas, na Igreja da Costa do Valado, de onde, o corpo saiu em cortejo fúnebre para o cemitério da Vila de Oliveirinha. Este momento foi de encontro com todos os de corpo e alma, mas, para mim, com aquele corpo, que já não era um ser completo, (corpo e alma), é o desencontro. No próximo dia 28 - sexta-feira, será missa do 7º. dia, eu vou, mas sei que não a vejo. Será que transmiti algo de útil? será que vale a pena reflectir?, cada um que avalie.
  
      O santo de hoje é: Santo Apolónio, o Apologeta, Mártir
      ( + Roma, 185) "Era senador romano e gozava de grande prestígio, não só por sua elevada condição social mas também por sua cultura excepcional, pelos dotes de eloquência e pela distinção de maneiras. Converteu-se à Religião católica e iniciou um intenso e eficaz trabalho de apostolado junto às elites romanas. Denunciado às autoridades como cristão, aproveitou-se das suas condições especiais que lhe garantiam o direito de ser julgado pelo Senado, e ali desenvolveu uma longa e completa defesa do Cristianismo contra as falsas  acusações de que era objecto e declarando estar pronto a morrer por Nosso Senhor. Foi efectivamente condenado à morte e decapitado. No momento extrema fez ainda uma ultima profissão de fé. Sua morte teve, como é compreensível,  enorme repercussão no Império e contribuiu muito para abalar o decadente paganismo".
 
      Oração: - Senhor Jesus, fazei-me compreender minha missão, recuperar a alegria e a esperança no coração de quem a perdeu de se encontrar contigo. Amém.
 
      

     



     

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Etapa 294 / 295 - Recordação c) - 2ª. parte - Obrigado Pai...

      Como prometi na etapa 293, vou nesta etapas 294 e 295 ligar-me à etapa 293 a fim de justificar o reconhecido obrigado que disse, que digo e que direi repetidas vezes, enquanto as forças mo permitir. OBRIGADO PAI.

      O que vou relatar no decorrer destas etapas não foi directamente testemunhado por mim, foi meu o irmão (Aníbal Pereira da Fonseca) quem testemunhou e me contou, contou e continua a contar, porque as recordações verdadeiras e dignificantes, ninguém se cansa de as repetir, por isso, eu digo sem qualquer enfado; OBRIGADO PAI.

      Aconteceu no no de 1954, a pobreza e as dificuldades continuavam, eram tempos difíceis que persistiam. Disse meu irmão, que meu pai saiu de casa para ir ao barbeiro cortar a cabelo, antes de sair perguntou à esposa, nossa mãe, se ela tinha algum dinheiro que lhe desse para ele pagar ao barbeiro, ela disse-lhe que não tinha, mas ele, porque o cabelo andava grande e porque no fim de semana que se seguia, tinha serviço para abrilhantar um bailarico, a tocar a sua concertina, onde ia ganhar algum dinheiro, disse à mulher que ia ao barbeiro, que lhe ia ficar a dever e que depois, na semana seguinte lhe ia pagar. 

      No caminho para o barbeiro, ao passar junto a um lavadoiro, viu no chão um lenço embrulhado e com as pontas amarradas, pegou o lenço, desamarrou as pontas, desembrulhou e encontrou dentro do lenço um nota de 20$00, não pensou duas vezes, voltou a casa, deu o achado à mulher, nossa mãe, e disse-lhe: óh Maria, achei isto, vai depressa entregar ao senhor Abade e ele que avise à missa e que entregue a quem o perdeu. O nosso pai retomou o seu destino, foi como estava previsto e decidido, para o barbeiro, a quem ia ficar a dever o corte do cabelo. Nossa mãe cumpriu as ordens do marido, foi ter com o senhor Abade Zé. O Abade conhecia muito bem a nossa mãe, já a tinha socorrido em algumas situações, (o que acontecia também com outra muita gente necessitada). A nossa mãe contou ao senhor Abade toda a história e o senhor Abade disse-lhe: olha Maria, tu dás-me o lenço, eu fico só com o lenço, vou dar o aviso na Igreja, se aparecer alguém a dizer que o dinheiro é seu, tem que me dizer como é o lenço, e se conferir, eu dou os 20$00 do meu bolso. Agora esses, leva-los tu, vais pelo barbeiro, chamas o teu homem e entrega-los . Ele que pague ao barbeiro e no fim que passe pela loja (mercearia) e que leve para casa alguma coisa que te faça falta.

      Como eu disse, isto não é um conto, não é um história imaginada, foi um acontecimento real, foi, é e há-de ser sempre uma doce recordação. Também é uma lição e um exemplo que queremos transmitir aos nossos descendentes, a fim de que, à semelhança de algumas sementes que o vento leva, se propaguem entre as nossas gerações. Estou tão grato ao meu irmão por me ter feito esta revelação, que me leva a pedir-lhe que nunca se canse de a voltar a repetir, porque eu, enquanto cá, nunca me irei cansar de a ouvir. E as minhas filhas, Maria Cândida, Maria de Fátima, Ana Paula e Cármen Dolores, que guardem o exemplo dos seus avós num alvo bem visível e especial, porque é uma recordação, a meu ver, muito digna de ser transmitida e divulgada.

      Obrigado Pai, obrigado Mãe, obrigado a todos e o meu muito obrigado para quem se der ao trabalho de me ler, para quem peço a Deus a recompensa merecida.

      Foi graças ao catecismo de minhas filhas que tive inspiração para vos contar isto, facto que muito me satisfaz e agrada.

       O santo do dia 16  é: São Benedito José Labre, Confessor
      (Roma, + 1783) "Natural da França, não conseguiu ser religioso, como desejava,. Adoptou então a condição de mendigo voluntário, e passou a vida em contínua peregrinação a santuários".

      O santo de hoje é Santo Aniceto, Papa e Mártir
      ( + Roma, 166)"Nascido na Síria, foi Papa de 154, quando sucedeu  São Pio I , até 166, quando sofreu o martírio. Durante seu pontificado enfrentou com vigor a heresia gnóstica, que então devastava os meios católicos. Foi visitado certa vez pelo venerável São Policarpo de Esmirna, que apesar da idade avançada se deslocou do Oriente até Roma para esclarecer com o sucessor de Pedro um assunto controverso: qual deveria ser a data da celebração da Páscoa".

      Oração: - Dai-me Senhor, eu vos peço pela intercessão de São Benedito José Labre segurança nos meus caminhos e viagens, firmeza em meus propósitos e na vida de oração. Por Cristo Nosso Senhor. Amém. São Benedito José Labre, rogai por nós.


sábado, 15 de abril de 2017

Etapa 293 - Recordação c) 1ª parte - Obrigado Pai...

      Tendo para hoje uma etapa nova, ela tem, sem dúvida, uma certa ligação à etapa de ontem, pelo menos no que diz respeito à saudade, porque são as recordações, mesmo não sendo sempre boas que me leva a dizer, com merecido reconhecimento, OBRIGADO PAI.
       
      Tenho na minha gaveta da mesa de cabeceira um catecismo que foi das minhas filhas e quando me lembra, em especial, quando tenho necessidade de me reconciliar com o sono, recorro a ele, que para além de relatar assuntos bastante agradáveis, também tem frases que inspiram temas a desenvolver. Foi assim que, nesse catecismo, na lição 122, (a propriedade alheia), no parágrafo "quem está na posse injusta de bens alheios, deve restituí-los ao seu dono ou aos seus herdeiros", que eu me inspirei para contar um acontecimento, que não é conto, não é história, não é ficção, é um facto verdadeiro que aconteceu, que me faz sentir orgulhoso e a dizer: OBRIGADO PAI.

     Decorria a década dos anos 50 do século XX, meus pais, (Joaquim da Fonseca e Maria da Graça Pereira), vítimas dos tempos, sofriam de tal pobreza que, já quando eu nasci, (segundo me contavam), até aos meus nove meses de vida, minha mãe, para me alimentar, penas tinha o seu próprio leite. No meu lento crescimento e lenta tomada de consciência, eu fui ouvindo e fui memorizando que, quando eu tinha nove meses, minha mãe já andava grávida de aproximadamente seis meses e que era necessário que ela secasse o seu leite, a fim de se preparar para o próximo parto. Ela, sem o seu leite, não tinha condições para me sustentar, pediu ajuda aos seus pais, para me desquitar. Meus avós levaram-me para casa deles, tinham eles, nesse tempo, um agregado familiar com a seguinte composição:
                                   Meus avós; Luís Soares Mendes e Belandina Pereira.
                                   Meus tios; António Soares Mendes e Joaquim Soares Mendes.
                                   Minhas tias; Ana Pereira e Maria da Conceição Pereira.

      A minha tia, Maria da Conceição Pereira é mais velha do que eu apenas 6 anos, foi ela a minha ama, graças a Deus que ela ainda vive, quando nos encontramos, ela ainda diz que eu sou o seu menino. A nossa afeição foi tão forte que, só muito mais tarde, depois que eu comecei, por mim próprio a  tomar consciência, é que soube que aqueles a quem eu chamava pai Luís e mãe Belandina, não eram meus pais, mas sim meus avós. Também não me ensinaram a tratar os tios por tios, mas sim pelos seus nomes, eu para eles era o irmão mais novo. A minha vivência com meus pais durou apenas três meses e poucos dias, sai dos meus avós e fui para eles  na semana após a Páscoa e sai da casa deles e vim para Aveiro no dia 5 de Agosto, tudo isto no no de 1952.

      Afinal ainda não lhes disse a razão porque digo OBRIGADO PAI, não disse mas vou dizer e repetir na próxima etapa, que se não houver alterações, será só na segunda feira-, vou ter Páscoa em Nespereira. Até segunda.

      O santo de hoje é:  São Crescêncio, Mártir
      ( + Mira, Ásia Menor, séc. IV) "Católico fervoroso, teve a coragem de reprovar publicamente um culto pagão, sendo por isso levado à prisão e martirizado pelo fogo".

      Oração: - Não há oração a si inteiramente dedicada, pelo que nada tenho para recomendar.